E Jesus proclamava às multidões:
“Se
alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; quem
perder a vida por minha causa, esse a salvará” (Lucas 9:23-24).
Nenhuma
das declarações de Jesus recebeu tanta ênfase por parte dos quatro
evangelistas (Mateus 10:38,39; 16:24,25; Marcos 8:34,35; Lucas 14:26,27;
17:33; João 12:25). Seguir a Jesus exige sacrifício, e Lucas destaca o
aspecto da continuidade, ou seja, dia após dia, haja o que
houver. A cruz era um instrumento de tortura e execução do império
romano
bem conhecido pelos discípulos. Quando Jesus associa o modo como os
Seus discípulos deveriam segui-lo, certamente a imagem da cruz era bem
clara para eles, e se tornou o ápice da mensagem do evangelho. Uma vida
que vale a pena ser vivida é a que Jesus estava oferecendo e ainda
oferece, no entanto, para isso Ele exige o abandono da antiga vida, do
autocontrole e dos riscos calculados. Não acredito que algum esforço da
minha própria vontade possa findar o meu desejo pelos riscos calculados.
Estou certo de que Deus fará isso. No entanto, sei que não posso me
acomodar e pensar que ocorrerá simplesmente sem fazer nada.
O
agir de Deus em minha vida ocorrerá à medida que eu renunciar essa
atitude de autocontrole e de
preservação do meu estilo de vida, feito diariamente, a cada hora, a
cada manhã, pois a cada viração do dia as minhas próprias vontades
renascem e tentam retomar o controle. Sei que as minhas falhas serão
perdoadas, mas as áreas que resistem à cruz são um empecilho à ação de
Deus. Não há transformação de vida se não houver um trabalho contínuo e
acumulativo de renúncia e entrega. Eu não posso gerar mudança, mas me
torno disponível para o agir do Senhor, pois estou dizendo sim Senhor,
estou aqui, estou disponível, vim para segui-lo. Enquanto tiver
reservas, dificilmente conseguirei seguir realmente o Senhor. O renomado
autor C. S. Lewis disse que: “Essa decisão, deve, ao meu ver, ser
retomada a cada dia. Nossa oração matinal deveria ser:Da hodie perfect insiper —
rogo que me concedas um novo recomeço sem falhas, já que eu ainda não
fiz nada.” Concordo com o dr. Lewis, a minha oração de
consagração, abnegação, dedicação, disciplina e absoluta obediência
voluntária à Palavra de Deus deve ser constante e diária. Encerro esse
devocional com uma conclusão brilhante de um grande pensador cristão,
Frederick Buechner:
“Era
o costume colocar adesivos em carros vistoriados que diziam: dirija com
cuidado. Você pode salvar uma vida: a sua. Isso resume a sabedoria dos
homens em uma única frase. Já o que Deus diz é: A vida que você salva é a
vida que você perde. Em outras palavras, a vida a que você se agarra,
que mantém, guarda e protege, no fim é uma vida que quase ninguém
valoriza, nem você; a vida renunciada em nome do amor é a única que vale
a pena ser vivida. Para destacar esse ponto,
Deus apresenta um homem que abdicou da vida a ponto de morrer como
desgraça nacional, sem um tostão no bolso ou alguém que pudesse chamar
de amigo. Nos moldes da sabedoria humana, foi um perfeito tolo. E quem
pensa poder segui-lo sem se fazer de tolo não está carregando uma cruz,
mas uma mentira.”
Fui
crucificado com Cristo. Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo vive
em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo pela fé no filho de Deus,
que me amou e se entregou por mim (Gálatas 2.19-20).
Que
a cada dia seja um novo recomeço para mim e para você, em direção a
cruz de Cristo, às intenções do coração de Deus, uma vida que realmente
vale a pena ser vivida.
Bom dia a todos,
Suzi.
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